Provérbio chinês

"O professor abre a porta, mas quem tem de entrar é o aluno". Provérbio chinês

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Neste mês de outubro há datas comemorativas importantes a serem relembradas para a consolidação de sua importância na memória coletiva, pois,  muitas das vezes,  passam despercebidas enquanto significado representativo de lutas pela liberdade, democracia, melhores condições de vida, manifestações religiosas, que num todo, culminam na expressividade cultural de um povo, bem como por seus ideais no encaminhamento de suas vidas.
Essas datas, a priori, não devem ser relembradas tão somente por conta de possíveis feriados, mas também por terem sido instituídas por sua importância simbólica na história de seu povo.
Dentre algumas datas comemorativas deste mês de outubro, destacamos o dia 15 de outubro, Dia do Professor, e o dia 24, aniversário da cidade de Manaus.
Dia do Professor
Essa data tem sua origem no ano de 1933 quando a Associação dos Professores Católicos do Distrito Federal* resolveu festejar o Dia do Primeiro Mestre, devido à “primeira lei sobre o ensino primário”, ainda no Império, no ano de 1827, que havia criado as escolas de primeiras letras.
Segundo consta, essa data, 15 de outubro, foi concebida como uma tentativa de integrar em âmbito nacional o magistério católico, também com o intuito de incentivar a população a demonstrar o reconhecimento ao primeiro mestre, que, comumente, era esquecido, designado ao anonimato.
Posteriormente, a data tornou-se oficial incorporando novos significados, novos sentidos que passaram a sobressair em meio à ideia original, sem, contudo, invalidá-la. Até meados dos anos 1950, a data era marcada por homenagens a professores considerados exemplares, exaltando sua dedicação e abnegada “missão”. A partir desta década, a data passou a ser apropriada pela categoria para marcar posição contra os baixos salários.
Desta forma, por meio da consolidação da data como uma prática regular, a comemoração do dia 15 de outubro, passou a evidenciar a contestação entre a recompensa meramente simbólica e a financeira da profissão, já que, se reconhecia a importância da profissão, por isso, comemorá-la seria necessário, contudo, chocava-se com o vazio das “palavras de reconhecimento” dedicadas aos professores, tendo em vista os baixos salários da categoria. Assim, por sua vez, havia uma hesitação, uma alternância entre essas duas formas de recompensa e a desqualificação das atividades integradas entre si nos festejos do 15 de outubro, esboçando-as como um meio de dissimular os problemas enfrentados pela categoria em suas condições reais no exercício do magistério.
A década de 1950 é um marco para a transformação dos ideais das entidades que lutavam para que a data fosse reconhecida oficialmente tendo por intuito a melhoria do estatuto profissional do magistério. Percebendo que essa medida não contava com a contrapartida financeira, passaram a utilizar o Dia do Professor para expressar a insatisfação quanto às práticas governamentais, negando-se a participar das cerimonias oficiais. E assim, no ano de 1963, o magistério paulista deflagrou a primeira greve geral da categoria no Dia do Professor. Dessa forma, estabeleceu-se assim, uma disputa entre o Estado e as associações docentes pela apropriação da data para atribuir-lhes diferentes sentidos.
Na atualidade, como tem sido a prática dos Sindicatos em seu sentido basilar em relação à categoria às práticas dos governos? Como tem sido a prática dos professores quanto às inúmeras formas de dissimulação por parte do poder governamental concernentes aos problemas enfrentados pela categoria, além de seus contínuos baixos salários, e as inúmeras formas de cooptação enfrentadas pelo professorado?
É certo que avanços ocorreram, contudo, será que esses avanços se firmam na mesma proporção das necessidades e dos inúmeros desafios enfrentados pela categoria em seu dia-a-dia com os mesmos problemas sociais do passado em meio aos novos existentes? Vale a reflexão.

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