Provérbio chinês

"O professor abre a porta, mas quem tem de entrar é o aluno". Provérbio chinês

segunda-feira, 23 de maio de 2011

A prática brasileira

DIGNIDADE AO PROFESSOR
Reginaldo de Oliveira
Reginaldo@reginaldo.cnt.br
Publicado no Jornal do Comércio Manaus (AM) 10/05/2011

De que matéria-prima é feita uma nação? Monteiro Lobato disse que uma nação se faz com homens e livros. Um agricultor habilidoso separa as melhores espigas para semente. Dessa forma, ele trabalha com  intuito de melhorar constantemente a qualidade da sua colheita. Providencialmente, Finlândia e Coréia do Sul fazem algo semelhante no seu processo educacional, onde os melhores alunos são convidados a ingressar na docência. Não é à toa que esses países ostentam altíssimos níveis de desenvolvimento científico e tecnológico. Ano após ano repetem a façanha de mostrar ao mundo a razão da sua grandiosidade, tal, qual seja, o seu material humano.
A ululância candente do óbvio salta aos olhos e mesmo assim aturamos uma série de subterfúgios, teorias e infindáveis debates que mais parecem aliterações cacofônicas (um cachorro atrás do próprio rabo). Trocando em miúdos, em vez de muita gente se debruçar em exaustivas discussões filosóficas acerca da melhoria da qualidade educacional, esse pessoal deveria simplesmente planejar formas de conferir dignidade ao Educador oferecendo-lhe uma carreira promissora e bem remunerada. O problema é que muitos buscam uma fórmula algorítmica que produza alunos brilhantes a partir de professores medianos.
O sucesso de alguns países no campo educacional parece não nos servir de modelo a ser seguido. O foco dessas nações avançadas é uma liturgia em torno da figura emblemática do professor; sentimento compartilhado por toda a sociedade. No Brasil, o professor é despido dessa aura divina, atuando apenas como um apagado figurante no teatro social, sendo que muitas vezes é esquecido nos bastidores da vida. Mesmo assim, alardeiam-se nos vários segmentos da mídia as nossas intenções de ingresso no grupo dos países do primeiro mundo. Certamente, faremos história se conquistarmos essa proeza à revelia da valorização do professor.
É impressionante como o gigantismo da máquina estatal derrama rios de dinheiro no poço sem fundo da burocracia, da ineficiência, do fisiologismo, dos esquemas diversos, da corrupção etc. E mesmo assim não sobra verba para oferecer uma remuneração decente ao professor.
O governo dispõe de caixa para pagar dez mil reais a um assessor parlamentar e não pode pagar mais que um salário mínimo para muitos professores dos rincões desse nosso Brasil. O tal assessor pode até ser analfabeto, mas o professor deve reunir uma infinidade de qualificações que lhe permita forjar a massa crítica que define a face de uma nação. Tal realidade é algo que angustia e revolta.
Atualmente, um clima de desilusão permeia a mente de muitos alunos em relação à carreira de professor, onde acompanham diariamente as agruras da vida dos seus mestres. Por isso ambicionam profissões menos sacrificantes e mais rentáveis. Isso acontece até mesmo nos cursos de pedagogia – uma tragédia para as próximas gerações. Um outro aspecto curioso é que os alunos egressos dos cursos de pedagogia são majoritariamente oriundos das classes sociais mais baixas, pessoas de difíceis condições sociais que escolheram um curso mais simples e mais barato; uma antítese à prática da Finlândia e da Coréia. O futuro professor já começa desmotivado com o que lhe espera depois de formado. Somente aqueles com forte espírito messiânico angariam entusiasmo para abraçar resignadamente a nobre causa da educação. Assim, há que se pensar na sorte dos alunos quanto ao tipo de professor que terão em sala de aula, se os engajados ou os conformados.
Que tipo de cidadão será constituído por um professor despreparado e mal remunerado? Assusta-nos o fato de que quanto mais nova a criança, pior a qualidade do ensino. Sem base, o aluno segue descompensado através das várias etapas da sua escolaridade. É fato recorrente nas salas de aula a presença de alunos absolutamente deslocados por falta de conhecimento que deveriam ter obtido nas séries anteriores. As mensalidades mais altas das escolas particulares de referência estão justamente no complexo processo de formação educacional da criança bem novinha. Mas isso é privilegio de uma classe social muito restrita, cujos filhos irão morar no exterior assim que estiverem prontos para a vida.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Representantes do Povo

Na prática, no dia-a-dia, acreditamos que a população, ainda que não observe com mais cuidado, sabe que não é representada por aqueles a quem paga salários altissímos e sustenta todo o tipo de regalias aos nobres vereadores, deputados estaduais, federais e aos senhores senadores, como querem nos fazer crer. Enquanto esbanjam o dinheiro público, não há terminais e ônibus decentes, um sistema de esgoto tratado, uma saúde de qualidade, ainda que básica, um sistema de educação a promover a transformação, entre tantos outros assuntos pertinentes à população. Por enquanto, continuamos obrigados a enfrentar diversos problemas criados pela falta de zelo, de cuidado da classe política brasileira. Assista ao vídeo abaixo.