Provérbio chinês

"O professor abre a porta, mas quem tem de entrar é o aluno". Provérbio chinês

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Crescimento do Brasil

Segundo a imprensa britânica, em especial o jornal The Guardian, amparado pelas projeções realizadas pelo Centro de Pesquisas Econômicas e de Negócios do Reino Unido, o Brasil, em fins de 2011, será a 6.ª maior economia do planeta, superando a  inglesa, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, China, Alemanha, França e Japão. O país, que já ocupava a 7.ª posição, subiu mais uma desbancando a Inglaterra.

Sem dúvida, essa é uma ótima notícia que demonstra o quanto o brasileiro é um povo trabalhador, fazendo cair por terra as considerações daqueles que atribuem como um dos elementos à miséria que ainda grassa no país, ter o Brasil inúmeros feriados. Isso é uma piada de muito mau gosto sem nenhuma base racional!

Infelizmente, ao que parece, a maioria da população, não tem consciência de que as dificuldades enfrentadas no seu dia-a-dia no que concerne ao mau fornecimento de todos os serviços públicos, principalmente, são decorrentes da má administração de seus governantes que não priorizam nem mesmo os serviços básicos.

Se pararmos pra pensar por um momento que seja, constataremos que há algo de muito errado, e não é no Reino da Dinamarca não, é por aqui mesmo! Todos sabem que o Brasil é campeão na cobrança de impostos de seus cidadãos, e que ano após ano, a arrecadação do governo cresce, entretanto, os serviços disponibilizados a essa mesma população que paga uma altissíma carga tributária, continuam precários.

Como que em outros países, com uma economia menor, ou seja, com uma arrecadação infinitamente inferior a nossa, conseguem oferecer serviços de qualidade a sua população e o Brasil não?

Se pensarmos em nossa capital, verificaremos a mesma situação. Manaus figura entre as grandes do país com um dos maiores PIBs, contudo, sofremos com a precariedade dos serviços públicos.

Sabemos a resposta por tanta falta de zelo com a administração pública, só nos falta agir.






segunda-feira, 21 de novembro de 2011

O preço da ignorância

Neste domingo, 20 de novembro, em reportagem do Jornal A Crítica em seu caderno A3 foi disposta reportagem sobre enquete realizada pelo próprio jornal, no qual se constatou que a população local não conhece as atribuições de um vereador. Portanto, os senhores vereadores da Câmara Municipal de Manaus devem se sentir muito confortáveis em seus ambientes climatizados, sem ter de dar satisfação a uma população apática quanto a importância de seu voto.
O eleitor manauara vota nos candidatos sem ter ciência das responsabilidades a serem desempenhadas por essas mulheres e homens públicos, seus representantes no âmbito municipal. A maioria dos eleitores sequer sabe a qual partido seu candidato pertence, além de, por vezes, quando não sabe pra que serve um vereador, confundi quais as reais atribuições do candidato eleito para desempenhar sua função como parlamentar local, que é a de legislar, por isso mesmo compõe o Poder Legislativo, criando leis que favoreça o bem estar da população, bem como fiscalizar o Poder Executivo, ou seja, as ações do prefeito.
Esse desconhecimento gera todo o tipo de tráfico de influência, desvios de verbas públicas e acordos políticos que passam longe das prioridades básicas da população, que parece não se importar com as dificuldades do dia a dia não por “ser assim mesmo”, porque “Deus é quem sabe”, e tantas outras formas de, quem sabe seja para aplacar a consciência de que a ausência de qualidade em sua vida, está na sua forma de não exercer sua cidadania de fato, principalmente no momento das eleições, no momento de saber em quem vai depositar tanta responsabilidade para exercer o papel de seu representante.
Segundo o professor da Faculdade de Estudos Sociais (FES) da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Afrânio Soares, tal desinformação ocorre também para com os deputados. Conclui-se então, que no três níveis da representatividade, vereadores, deputados estaduais/ federais e senadores, o desconhecimento da população quanto as responsabilidades destes é praticamente nulo.
Não à toa, o escritor amazonense Márcio Souza, expõe em seu artigo dominical sob o título “A semana da vergonha”, no mesmo jornal, algumas situações pelas quais o estado do Amazonas tem vivenciado, vergonhosamente, e não por falta de recursos financeiros, mas pela ausência de qualidade de sua classe política, principalmente.
Eis o artigo de Márcio Souza na íntegra. Contudo, resolveu-se desmembrá-lo com o intuito de facilitar a leitura.

A semana da vergonha
“Esta foi a semana da vergonha para o Amazonas, levamos a medalha de ouro da mortalidade infantil e a totalidade de nossas instituições universitárias ficaram abaixo da crítica, sem falar na façanha da Amazonas Energia, que montou uma máquina do tempo pemedebista e nos proporcionou uma viagem ao final do século XIX.
O Amazonas, considerado pelas estatísticas econômicas a quinta econômica do país, com lucros bilhardários (sic) aos “empresários” da Zona Franca, nos ofereceu o degradante espetáculo da mortalidade infantil acima de muitos estados mais pobres e menos afortunados. Mais pobres por não terem os privilégios da renúncia fiscal do Polo Industrial, e menos privilegiados, por não cultivarem a classe política de rapina que aqui temos.
Na mesma semana somos brindados pela exposição de nosso vergonhoso sistema educacional, numa sequência que parece ter seu começo no enorme apagão que sofremos na fatídica sexta feira do dia 11 de novembro. Comecemos pelo apagão. Ele é um evento que simboliza a nossa situação desgraçada.
Desde o final do século XIX a eletricidade é constituinte fundamental do conceito de civilização. No mundo moderno, não há civilização sem eletricidade. Nesse sentido, temos aqui uma civilização meia boca, um arremedo, um escárnio, uma afronta a todos nós. Quem conhece a nossa história sabe que fomos uma das primeiras cidades da América do Sul a ter eletricidade. Era uma concessão pública explorada pelos ingleses. A cidade, em 1910, tinha 50 mil habitantes. Até o final dos anos 40m do século XX, enquanto os ingleses forneceram energia, não há notícia de apagões, ou desligamentos provocados por chuva forte, ou qualquer chuvinha boba. E aqui sempre choveu muito. Nos anos 50, com a decadência e o abandono da Amazônia, ficamos sem eletricidade e regredimos ao candeeiro. Mas nos anos 60 o governador Gilberto Mestrinho inaugurou as Centrais Elétrica de Manaus, e iluminou mais uma vez a cidade. Faça-se justiça: até o final do século XX, tivemos poucos incidentes relacionados com a oferta de energia. O que terá acontecido? A tecnologia atual de geração de energia tem medo de temporal?
Há duas explicações para este irritante apaga e acende da Amazonas Energia. Primeiro, o estado do Amazonas é um zero a esquerda nas prioridades do governo federal. Somos tratados com (sic) os Tzares tratavam a Sibéria. E em segundo lugar, no passado não havia o conceito de governabilidade, que entende que o estado existe para dividir os ministérios com a “base aliada” para que usem os recursos públicos para engordar o Caixa Dois de seus fundos eleitorais. Ou seja, os ingleses não eram filiados ao PMDB e, por isso, não faltava luz em Manaus. O apagão não teve explicação técnica, pois a razão é política, mas foi profundamente simbólico. É o apagão republicano que hoje vivemos. O apagão no sistema de saúde está promovendo uma eugenia perversa matando no berço, às vezes no útero, os filhos dos pobres. O apagão educacional levou as instituições de ensino superior a merecer as piores notas pelo Ministério da Educação. Das 11 condenadas com notas 2, quase todas são geridas por seitas cristãs operadas como máfias religiosas, que não querem educar mas lavar cérebros da nossa juventude. Não é por outro motivo que temos hoje uma juventude beirando à ignorância, que deixa o ensino médio sem conseguir ler e escrever. Uma juventude que na universidade consegue a graduação sem ter lido um livro sequer. Advogados que não conseguem redigir uma frase sem violentar o vernáculo. Médicos que não conseguem interpretar uma radiografia. Pobres jovens amazonenses. São esses mesmos que recebem como estimulo cultural programas do quilate da recente “Virada Cultural”, que melhor seria se chamar “Derrubada Cultural”, pelos milhões gastos na deliberada incitação a má educação e à barbárie.”




segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Servidores Públicos

Recebi este vídeo via e-mail. Não sei qual a emissora de TV que fez a matéria, contudo, a título de informação, é muito bem vinda.

sábado, 12 de novembro de 2011

Proclamação da República


O dia 15 de novembro de 1889 marca a mudança do regime político vigente no Brasil. Até essa data, o Brasil era governado por um monarca vitalício em linha sucessória, Pedro II, com o título de imperador. A partir de então, com a Proclamação da República, o país deveria ser governado por um presidente eleito por meio das urnas com tempo de mandato definido.

         Segundo alguns historiadores, a queda da monarquia foi um processo iniciado na década de 1850 com os desdobramentos da extinção do tráfico negreiro em Lei, acelerando-se a partir dos anos de 1870, devido aos investimentos deslocados para novos empreendimentos. Apesar do prejuízo para os grandes escravocratas do Império, principalmente para aqueles do centro-sul, a modernização do Brasil, motivada pelas transformações econômicas e sociais no decorrer do século XIX no mundo, havia chegado pra se instalar.

         Apesar de o novo regime ter contado com adversários nos dez primeiros anos o regime republicano conseguiu se estabelecer em definitivo.

Mas o que é mesmo uma República?

Bem, República é um regime político onde o chefe de Estado é eleito por meio do voto direto ou indireto. No Brasil como em outros países da América Latina, o voto é direto, é o cidadão quem vota diretamente no candidato. Mas tem-se ainda o voto indireto, como no caso dos Estados Unidos, onde os eleitores elegem uma espécie de delegado para votarem pela comunidade. Geralmente os países que adotam o regime republicano de governo, são democráticos, mas existem exceções.

É importante salientar que em uma República Democrática, o poder está centrado na soberania popular, pois a população escolhe seus representantes no âmbito municipal (vereadores), estadual (deputados estaduais) e federal (deputados federais e senadores) para ocupar assento nas referidas Assembleias.

Esses, eleitos, fazem parte do Poder Legislativo, e é nas respectivas assembléias, onde os eleitos pelo voto popular devem atuar criando Leis de forma geral, mas principalmente as que protejam e garanta os direitos de todos os cidadãos, além de fiscalizar as atuações dos prefeitos, governadores e do presidente da república, que fazem parte por sua vez, do Poder Executivo. Cada qual na sua devida esfera política.

Desde 1822, ano da Independência política do Brasil em relação a Portugal até o ano de 1889, vigorou o regime monárquico onde o governante do país não era escolhido por meio do voto, pois seu poder estava garantido por meio da hereditariedade. Ou seja, o governo era centrado na figura do rei, passando de pai para filho, ainda que houvesse um parlamento eleito.

Entretanto, no Brasil do século XIX, nem todos votavam já que os eleitores eram somente aqueles que detinham determinada renda estipulada pelo governo. Homens brancos que não estivessem dentro da faixa de renda estipulada, não tinham direito a votar, analfabetos não podiam votar nem as mulheres, nem os índios e nem os negros, fossem eles escravos ou libertos.

         O Brasil avançou muito no que diz respeito às garantias políticas de seus cidadãos votarem, a liberdade de expressão e tudo o mais que possa garantir a escolha dos governantes pela população. Contudo, na prática, o país sofre com inúmeros escândalos de corrupção, desvio de verba, tráfico de influência e todo um mal que tem assolado a nação por gerações.

         Questões relacionadas à qualidade de vida dos brasileiros como saneamento básico, educação, saúde, segurança pública e lazer estão longe de ser equacionadas e alçadas à condição digna humana relativa à quantidade de impostos que o cidadão, principalmente o comum, é obrigado a pagar. Todos os anos o país bate recorde de arrecadação de impostos, entretanto, os serviços públicos disponibilizados a população brasileira são de péssimas condições, todos! Em nenhum deles pode-se afirmar que há qualidade.

         Segundo o atual Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), realizado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), o Brasil ocupa a 84ª posição dentre os 187 países avaliados pelo programa.

O Brasil, segundo a pesquisa ocupa o 20º lugar na América Latina, atrás de países com menor renda como Argentina (45º lugar), Cuba (51º lugar com todos os problemas da ilha, segundo a pesquisa, os cidadãos cubanos tem mais qualidade de vida que os brasileiros), do Uruguai (48º lugar), e do Chile ocupando a 44ª posição na América Latina.  

Apesar de ter melhorado seu IDH uma posição em relação ao ano de 2010 por conta da nova metodologia aplicada, o Brasil, conhecido como o país que impõe a seus cidadãos a maior carga tributária do mundo, não dá a contrapartida em serviços de qualidade. E a corrupção praticada pelos representantes do povo, é a maior responsável por isso.

Os escândalos de desvio de verbas públicas, dinheiro pago pela população, é constante. Os noticiários estão repletos! Nenhum dos três poderes da República: Judiciário, Legislativo e Executivo escapam das acusações e constatações de corrupção, desviando para as contas de seus membros e de seus cúmplices milhões de reais, subtraídos das escolas públicas mal conservadas, com professores mal remunerados, dos hospitais repletos de brasileiros empilhados em seus corredores com médicos e enfermeiros tendo a infeliz necessidade de escolher a quem atender a quem dar prioridade, devido à falta de estrutura. Um sistema de segurança falido no qual não se recupera ninguém, mas sim propicia a intensidade da desigualdade social, potencializando indivíduos que quase sempre são fruto de décadas do descaso do poder público.

Quando o cidadão recebe um atendimento de qualidade, isso se deve mais a boa vontade dos servidores públicos do que da estrutura de seus ambientes de trabalho.

Mas o Brasil se destaca em 1º lugar em alguns aspectos, contudo, lamentavelmente, em questões negativas. Dentre algumas, se cita a posição de campeão como o país que mais gastos têm com “seus representantes”. Segundo um estudo da Organização Transparência Brasil, os parlamentares brasileiros, são os mais caros do mundo! O Brasil neste quesito está à frente de TODOS os países do planeta, desde a ainda maior potência econômica e militar do planeta, os Estados Unidos, assim como está à frente de todos os países do continente europeu e dos demais, sejam ricos ou pobres. Veja o vídeo do Bom Dia Brasil no rodapé deste blog.

Há uma enorme contradição entre o Brasil e os demais países do mundo.  Ora, os parlamentares das nações ricas custam muito menos aos cofres públicos de seus determinados países, do que os parlamentares brasileiros.

Ainda segundo a pesquisa, o minuto de trabalho dos senhores parlamentares aqui no Brasil custa ao contribuinte R$ 11.545,00 (Onze mil quinhentos e quarenta e cinco reais). É isso mesmo, o MINUTO!  Por ano cada senador não sai por menos de R$ 33.000.000,00 (Trinta e três milhões de reais). E o custo anual de um deputado é de R$ 6.600,000 (Seis milhões e seiscentos mil reais). Ao se fazer comparação com algumas nações, cada parlamentar custa por ano aos brasileiros, mais de R$ 10.000.000 (mais de Dez milhões de reais). E só no Congresso Nacional são mais de 500. Apesar de todo esse custo, os parlamentares brasileiros, em todos os níveis, desde as Câmaras Municipais ao Congresso Nacional ainda se envolvem em esquemas de corrupção. E ao contrário dos demais países, a população brasileira sofre com os péssimos serviços, quando disponibilizados.

Nos últimos anos a renda do brasileiro melhorou, muitos saíram da extrema pobreza ou da pobreza e passaram a ter o direito nato de qualquer ser humano: sonhar com dias melhores de fato. Mas isso não garante por si só qualidade de vida, pois os serviços públicos não melhoraram.

Cabe ao cidadão repensar seu posicionamento em relação ao voto. É preciso ter consciência. Aquele em quem se deposita a confiança para ocupar um assento nas assembléias seja na esfera municipal com os vereadores e deputados estaduais, ou no âmbito do Congresso Nacional em Brasília, com senadores e deputados federais. Que estes estejam lá pra defender os direitos do Brasil, do cidadão comum, aquele que lhe deu o voto, e não em seus interesses pessoais e partidários.

O eleitor precisa acompanhar os passos de seu candidato, precisa fazer uso de sua memória! Não deve votar em político que defende a conta bancária dele, deve votar em político que pensa no bem público, pois esse é o principio de uma República, o bem público. E o Brasil padece, sofre com as péssimas condições de todos os serviços públicos oferecidos a sua população.

O vereador, o deputado, o senador, o prefeito, o governador, o presidente da república, são em essência servidores públicos! Eles devem ocupar esses cargos para servir a população e não se servir dela.

O eleitor é o maior responsável pela decadência desses serviços! É o eleitor que é o responsável direto pelas ruas esburacadas e atravessadas por esgotos. É o eleitor o responsável pela falta de estrutura nos hospitais, nas escolas, pelo sistema carcerário defasado e inoperante. É o eleitor o responsável pelos ônibus lotados e pela demora destes. Enfim, é o eleitor responsável pela falta da qualidade de vida em seu dia a dia, pois é o eleitor que deposita o voto em pessoas desqualificadas, desprovidas de consciência republicana! E se o eleitor vota mal, ele mesmo colhe os frutos podres de seu voto inconsequente e viverá mal! Vote em quem se importa com a melhoria da qualidade de vida da população, afinal, você faz parte dela, que sofre diariamente com a falta de estrutura de todos os serviços.

O regime político pouco importa, seja República Democrática ou Monarquia Parlamentarista. O que deve prevalecer é o princípio do bem comum! A população deve receber serviços de qualidade, deve ser representada por pessoas dignas que as representem de fato!  
É a corrupção o mal maior! Se o eleitor vota em corrupto, em um “ficha suja”, ele está assinando um cheque em branco e o eleito fará o que bem entender com esse documento. Exerça a cidadania conscientemente!





        

        



 

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Utilidade Pública

Brasil não está livre de nova epidemia de influenza A (H1N1), alerta OMS


Diagrama dos sintomas da gripe A (H1N1) no ser humano. 1- Corpo em geral - febre 2- Psicológico - letargia, falta de apetite 3- Nasofaringe - rinorreia, dor de garganta 4- Sistema Respiratório - tosse 5- Gástrico - náuseas, vômitos 6- Intestino - diarréia
O Brasil não está livre de enfrentar nova epidemia de influenza A (H1N1) – gripe suína como a que atingiu o país em 2009. O alerta é de especialistas que participam da conferência internacional Antivirais para Influenza: Eficácia e Resistência, que ocorre do dia 8 até quinta-feira (10/11) no Rio.
O representante da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Otávio Oliva, disse que a doença pode voltar a atingir o Brasil e outros países em forma de pandemia. “O risco de uma pandemia de H1N1 é o mesmo de antes. Pode ser um outro vírus da influenza que seja novo para a população, que o sistema imune das pessoas não reconheça. É um vírus extremamente traiçoeiro e pode nos pegar de surpresa”. A Opas funciona como escritório regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) para o continente americano.
Para evitar o que aconteceu há dois anos, quando o governo foi surpreendido pela pandemia da gripe, a pesquisadora Marilda Siqueira, chefe do Laboratório de Vírus Respiratórios do Instituto Oswaldo Cruz, disse que o Brasil precisa aperfeiçoar o seu sistema de alerta.
“O Brasil está com um sistema que precisa ser muito melhorado. Não está sendo homogêneo em termos de coleta de amostras e dados. E isso leva a que não se tenha um conhecimento completo sobre o que está acontecendo no país com o vírus Influenza. Nem todos os estados estão com um bom sistema de vigilância”.
A pesquisadora disse que existe a possibilidade do vírus adquirir resistência aos remédios atualmente disponíveis, o que agravaria a situação. “O desafio é bem grande, porque para o controle do vírus Influenza nós temos basicamente dois mecanismos. Por meio das vacinas, que normalmente são mudadas a cada ano, e os [remédios] antivirais para os quais os vírus sejam sensíveis”.
Segundo ela, vírus acabam adquirindo resistência aos medicamentos depois de um certo tempo. A primeira classe de remédios utilizada contra a influenza, batizada de Adamantanos, se mostrou ineficaz contra a doença após cerca de oito anos de uso.
“A resistência depende muito do quanto e de como se usa o antiviral na população. Se usar somente em alguns pacientes, tem possibilidade da resistência demorar mais a aparecer, do que se usar em larga escala na população em geral. Uma das explicações é que alguns países estavam aplicando uma dosagem menor, o que favoreceu a resistência.”
Fonte: Agência Brasil
Passageiros do metrô da Cidade do México usaram máscaras cirúrgicas nos vagões como medida de prevenção à epidemia da Influenza A em 2009
Assim como a gripe humana comum, a influenza A (H1N1) apresenta como sintomas febre repentina, fadiga, dores pelo corpo, tosse, coriza, dores de garganta e dificuldades respiratórias. Também causa mais diarreia e vômitos que a gripe convencional.
Ter hábitos de higiene regulares, como lavar as mãos, é uma das formas de prevenir a transmissão da doença. Além disto, deve-se evitar o contato das mãos com olhos, nariz e boca depois de tocar em superfícies, usar lenços descartáveis ao tossir ou espirrar, evitar aglomerações e ambientes fechados e ter hábitos saudáveis como hidratação corporal, alimentação equilibrada e atividade física. Caso ocorra a contaminação, o paciente deve evitar sair de casa até cinco dias após o início dos sintomas, pois este é o período de transmissão da gripe A. E, claro, sempre consulte um médico.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

A quem entregamos as decisões sobre nosso presente e futuro

Petróleo Brasileiro, nem um centavo dos royalties para a ciência, tecnologia, inovação e educação



O Senado Federal aprovou, no dia 19 de outubro, um projeto de lei que propõe um novo modelo de distribuição das receitas geradas pelos campos de petróleo recentemente descobertos no país, mas o novo projeto não inclui a definição de royalties para a ciência, tecnologia, inovação e educação, que era prevista em modelos anteriores.
O tema foi destaque, na última segunda-feira (24/10), na seção de notícias da edição online da revista Nature. De acordo com a revista, a expectativa é que o petróleo descoberto no pré-sal gere receitas de R$ 80 bilhões por ano em 2020. O projeto de lei será votado na Câmara dos Deputados antes de ser sancionada pela presidente da república.
O diretor científico da FAPESP, Carlos Henrique de Brito Cruz, declarou à Nature que a aprovação pleo Senado foi um grande golpe para a ciência e para o financiamento de tecnologia no Brasil. “Começa o desmantelamento de um sistema de financiamento que foi criado em 1998, que tem trazido excelentes resultados em ciência e tecnologia no Brasil”, afirmou Brito Cruz, segundo a revista.
No início de setembro, segundo a revista, uniram-se para a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e a Academia Brasileira de Ciências (ABC) lançaram um abaixo assinado pedindo 7% dos royalties para o financiamento de ciência e 30% para a educação. Até agora, de acordo com a Nature, a petição já reuniu mais de 27 mil assinaturas. O objetivo é conseguir um milhão de adesões.
Helena Nader, presidente da SBPC, segundo a Nature, disse que foram justamente os investimentos em educação ciência e tecnologia realizados no passado que permitiram ao país descobrir o pré-sal. Ela escreveu aos congressistas pedindo à Câmara dos Deputados que “revertesse a falta de compromisso com o futuro da nação”.
“Investir em ciência e tecnologia é apostar no futuro do país. Quando o dinheiro do petróleo acabar, ficaremos com a renda que vem da educação, da ciência e da tecnologia”, teria dito Nader à Nature.
Mais informações: www.nature.com
Fonte: Agência FAPESP
 
Visualizar essas e outras notícias: http://eco4u.wordpress.com/2011/10/30/petroleo-brasileiro-nem-um-centavo-dos-royalties-para-a-ciencia-tecnologia-inovacao-e-educacao/
 

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Interessante! Qualquer semelhança, não é mera coincidência.

versão em português brasileiro

Pelo movimento slowscience

Pesquisadores, professores, nós precisamos urgentemente desacelerar! Vamos nos libertar da síndrome da Rainha Vermelha! Pare de querer seguir cada vez mais rápido. Pare de querer seguir cada vez mais e mais rápido, o que resulta apenas em estagnação ou até mesmo retrocesso. Na mesma toada do Slow Food, Slow City e Slow Travel, nós criamos o movimento Slow Science.
Olhar, pensar, ler, escrever, ensinar. Tudo isso leva tempo e nós temos cada vez menos tempo para isso, se é que já não perdemos completamente esse tempo. Dentro e ao redor de nossas instituições, a pressão social promove a cultura do imediatismo e do urgente. Com produções em tempo real, os projetos vão e vêm em um compasso cada vez mais rápido. E nossas vidas profissionais não são as únicas vítimas dessa pressão: um colega que não está sobrecarregado e estressado é visto como excêntrico, apático ou preguiçoso – tudo em detrimento da ciência. A Fast Science, assim como a Fast Food, prima pela quantidade acima da qualidade.
Nós multiplicamos nosso projetos de pesquisa para angariar fundos para nossos laboratórios, que muitas vezes estão em condições deploráveis. Resultado: assim que acabamos de desenvolver um programa e, por mérito ou sorte, conseguimos financiamento, precisamos imediatamente pensar na próxima proposta, em vez de nos dedicarmos ao primeiro projeto.
Como os avaliadores e outros especialistas também estão sempre com pressa, nossos currículos são corriqueiramente avaliados somente pela sua extensão: quantas publicações, quantas apresentações, quantos projetos? Esse fenômeno cria uma obsessão pela quantidade na produção científica. Resultado: é impossível ler tudo, mesmo dentro de uma especialidade. Assim, muitos artigos nunca são citados e talvez nunca sejam lidos. Nesse contexto, é cada vez mais difícil localizar as publicações e apresentações que realmente importam – aquelas em que um colega despendeu meses, às vezes até anos, aperfeiçoando – entre outras milhares que são duplicadas, recortadas, recicladas, ou até mais ou menos “emprestadas”.
Claro que nossa formação deve ser “inovadora”, obviamente de “alta performance”, “estruturada” e adaptada ao “desenvolvimento de novas competências”. É difícil identificar as mudanças apropriadas em um mundo em movimento constante. Como resultado dessa corrida frenética rumo à “adaptação”, a questão do conhecimento fundamental a ser passado adiante – conhecimento que, por definição, não se altera – não está mais na agenda dos cientistas. O que importa é estar em sintonia com os tempos e, especialmente, mudar constantemente para manter a máquina em funcionamento.
Se aceitamos responsabilidades administrativas (conselhos universitários, departamentais ou administração de laboratórios), como todos somos obrigados a fazer durante nossa carreira acadêmica, somos automaticamente obrigados a preencher um número sem fim de formulários, muitas vezes dando a mesma informação e as mesmas estatísticas pela enésima vez. Ainda mais sério, o resultado da burocracia generalizada e da “encontrite” – a última, com o intuito de manter a aparência de colegialidade enquanto, em geral, acaba por esvaziar sua essência – é que ninguém tem tempo para nada: é preciso avaliar a submissão que foi recebida hoje para que seja implementada amanhã! E enquanto fazemos dessa situação uma caricatura, essa realidade se aproxima.
Essa degeneração da nossa atividade não é inevitável. Resistir à Fast Science é possível. Nós temos a chance de construir a Slow Science, dando prioridade a valores e princípios:
  • nas universidades, a pesquisa é o motor da educação, apesar dos ataques repetidos daqueles que sonham em eliminar a pesquisa das universidades francesas. É imperativo preservar ao menos 50% de nosso tempo à atividade de pesquisa, que determina a qualidade de tudo o mais. Em termos concretos, isso implica a rejeição de qualquer atividade que venha a confrontar-se com esses 50%.
  • pesquisar e publicar enfatizando a qualidade exige que todos nos concentremos nessas atividades por um período suficientemente longo. Para esse fim, nós necessitamos de períodos regulares sem responsabilidades administrativas ou de ensino (o direito de se dedicar exclusivamente à pesquisa um semestre a cada 4 anos, por exemplo).
  • não devemos focar na quantidade no currículo. Universidades estrangeiras já apontam para este caminho ao limitar a cinco o número de publicações que podem ser mencionadas em submissões para doutorado ou uma vaga na universidade (“Reward quality not quantity”, Trimble, S.W., Nature, 467 : 789, 2010). Esse princípio pressupõe que devemos decidir, em colegiado e de forma transparente, como avaliar nossos cientistas pela qualidade de sua produção científica, não pela quantidade de publicações e comunicações.
  • nutrida pela pesquisa, a missão por excelência dos cientistas de uma universidade é passar o conhecimento adquirido adiante. Os membros dos institutos devem ter tempo para ensinar, através do aprimoramento de suas condições de trabalho. Quanto tempo é gasto em solucionar problemas práticos, muitas vezes triviais, e que estão além das atribuições de seu trabalho? O tempo gasto em tarefas administrativas e na “criação de modelos” deve ser reduzido. Os tão famosos “modelos” deveriam realizar apenas a tarefa de definir o currículo específico para uma disciplina em uma universidade. Não é necessário mudar esse quadro a cada quatro ou cinco anos, como é o caso atualmente.
  • em nossas tarefas administrativas, é preciso reivindicar tempo para estudar as questões que estão diante de nós. Para o interesse de todos, devemos analisar o conteúdo criticamente. Rejeite então a pequena democracia e colegialidade criadas ao votar em tópicos que, no melhor caso, só serão analisados superficialmente. Não há nenhuma razão para aceitar a ideologia da urgência, repetida ad nauseam pelo ministro e seus “administradores”.
  • De forma mais geral, nós não devemos esquecer que há vida fora da universidade. Nós precisamos de tempo para nossas famílias, nossos amigos, nosso lazer… para o prazer de não fazer absolutamente nada!
Se você concorda com esses princípios, assine a petição pela fundação do movimento Slow Science. Acima de tudo, permita-se um tempo antes de decidir assinar a petição ou não!
Joël Candau, October 29, 2010 (published July 17, 2011)
Tradução do inglês e do francês para o português: Janaisa Martins Viscardi (UNICAMP, Brasil)

Fonte: http://slowscience.fr/?page_id=68